quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Até 2016

Já nem me lembrava como haveria de começar o post e só estive fora da bloguesfera durante alguns dias. Bem, provavelmente vocês já vão estar a ler este post em 2016, porque hoje vai ser um dia atarefado para todos mas eu, tirei uns minutinhos para vir cá escrever.
Como não arranjei uma forma boa o suficiente para vos desejar um bom ano, ou para resumir o meu, decidi deixar algumas das fotos amadoras que tirei ao longo deste ano, especialmente no último mês.















Feliz Ano Novo!
Vemos-nos em 2016!

quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Respondi à TAG: "Liebster Award"

Depois de uns momentos de ausência e mesmo alguma falta de jeito para recomeçar um post  aqui estou eu, para responder â minha primeira TAG.
O blog foi nomeado pelo Pausa no Estudo, um blog administrado por um grupo de amigas responsáveis por posts fantásticos que vocês devem ler para aproveitarem a vossa pausa do "marranço" como deve ser.


Regras para responder à TAG:
- Escrever 11 factos sobre mim; (Check)
- Responder às 11 perguntas da TAG; (Check)
- Indicar 11 Blogs; (Check)
- Inserir no post uma imagem Liebster Award. (Check)

Antes de mais vou indicar 11 blogs que estarão nomeados para esta TAG. 
11 Factos sobre Mim:

  1. Gosto de manter, na minha escrita do blog, o meu anonimato. Porém, no meu dia-a-dia, gosto de me destacar;
  2. As minhas bandas preferidas são: Catfish and The Bottlemen e Mumford&Sons;
  3. Já tive uma paixão platónica pelo Dougie Poynter dos Mcfly/McBusted. 
  4. Como já repararam tenho, no meu blog, uma Rubrica ''Avião de Papel'' que se trata de uma narrativa aleatória, vinda da minha imaginação, que eu gostaria de continuar, sempre que tiver um tempinho livre.
  5. Dei o nome de "Serotonina" ao blog porque é o nome de uma substância do nosso organismo que controla a forma como nos sentimos e que comanda o nosso estado de espírito (ler a informação do lado direito). 
  6. Ando a tirar um mini curso de Desenho.
  7. Tenho uma golden retriever chamada Kiara, alusiva à filha do Simba pelo facto de serem parecidas.
  8. Saí poucas vezes do país.
  9. A minha estação preferida é o Verão, apesar de gostar muito do Inverno. 
  10. Adoro tirar fotografias a coisas básicas do quotidiano.
  11. Tenho um caderno que eu própria fiz, com as pontuações de livros e filmes que já vi, com objetivos que imponho a mim mesma e com planos que quero cumprir. 

Perguntas da TAG: 
  1. Como é que os teus pais reagiram quando disseste-lhes que tinhas um blog?
    Se lhes desse tal informação eles ficariam a par de tudo o que guardo para mim mesma; e apesar de confiar muito neles, é sempre bom termos os nossos próprios segredos. 
  2.  Já passaste alguma dificuldade com o blog?
    O blog ainda é muito recente por isso, creio que não mas diria que o que mais me preocupa em relação ao blog é a falta de temas para desenvolver e a forma de os abordar.
  3.  Do que mais gostas: de ter um blog ou um canal no youtube?
    Eu não tenho nenhum canal no youtube, e como já disse, eu uso o blog para divulgar os meus próprios pensamentos e para narrar os problemas da vida adolescente, logo, um canal no youtube não seria o mais apropriado, na minha opinião.
  4. Qual a tua maior dificuldade com os vídeos?
    Não faço vídeos.
  5. Quais são as tuas youtubers/blogueiras de inspiração?
    Não sigo muitos canais femininos, para ser sincera, diria talvez, SofiaBBeauty e quantos às blogueiras, sinto que os meus olhos pertencem a um bocadinho a todas no entanto adoro o Às Nove no meu Blog.
  6. O que pretendes seguir no futuro? 
    Artes, sem pensar duas vezes.
  7. Se pudesses viver noutro país, qual seria?
    Londres, provavelmente. Acho a cultura e os costumes fantásticos.
  8. O que os teus amigos acham da ideia do blog/youtube?Eles não sabem, prefiro que se mantenha assim.
  9. Quais as tua fontes de divulgação?
    Divulgo o blog através de outros blogues que leio deixando sempre o link no comentário para quem quiser visitar e dar opiniões. Não uso facebook e instagram para divulgar, uma vez que quero manter anonimato.
  10. Qual o tema que mais gostas de abordar no blog/youtube?
    Talvez os assuntos mais atuais e de interesse mais comum nos leitores. Posts que ajudem, também, adolescentes e jovens a não cometerem erros que eu já vim a cometer, daí o meu blog ser também um diário.
  11. Qual o teu maior sonho com o blog/youtube?
    Melhorar a minha experiência na escrita, conhecer novas pessoas e interesses e conseguir alcançar, cada vez mais, o ♥ dos leitores.

terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Um Coração que Sangra

E todas as noites têm sido assim, sentada na poltrona em frente ao computador a dar um scroll no facebook e a pensar no nada. Porém, acho que as férias me estão a ajudar a esquecer o Hugo, mas quando lá se vai um problema que não foi bem esquecido volta outro para ser resolvido. Como num vai e vêm contínuo. É a consequência de fugir aos problemas, penso eu.
Nada para me preocupar até agora. Vamos dar tempo ao tempo...
Estou muito ansiosa para o Natal, vou estar com os meus primos, aquela azáfama a ser transbordada por todos, contarmos as nossas melhores histórias outra vez que já não eram lembradas, atualizar os tios curiosos por saber se estamos finalmente comprometidos (apesar da resposta ser sempre um não pouco firme), jantar em família, vão ser esses dois dias que vão fazer as minhas férias valerem a pena.
Pois bem que no outro dia, li esta frase:


Achei curioso o facto de, José Saramago ter associado, brilhantemente, o facto de sangrar todo dia à dor. Estranho que é que muitos associam. 
Porque podemos morrer ao derramar sangue? Porque quando nos ferimos podemos sangrar? 
Sangrar nem sempre transmite dor. Sangue representa acima de tudo orgulho, orgulho nas nossas feridas, nas nossas marcas e nas nossas histórias.
Pondo de parte o facto de eu parecer uma revolucionária a falar, eu, preferia um coração de carne que sangrasse todos os dias, mesmo que fosse por dor, do que um de ferro que nunca pudesse ser feliz. 


sábado, 19 de dezembro de 2015

Avião de Papel - 3

Num tempo de segundos, subiu as escadas, procurou o telefone por entre as cómodas e mesas de cabeceira. Ligou à sua mãe. A linha estava ocupada.
Começou a entrar em pânico como qualquer jovem o faria, quando, depois de ter recebido três misteriosos aviões de papel nos locais mais inteligentes para serem notados, a mãe ter desaparecido e não atender as chamadas.
Deitou-se na cama e, colocou o telefone perto dela. Passaram-se horas e horas e ainda nenhuma notícia tinha sido dada. Rosa foi à sua pasta, antiga e castanha, encostada ao pequeno roupeiro de madeira branca, já gasta.
Recolheu os três aviões e decidiu abri-los. Nos dois primeiros não havia nada para além da folha de papel amassada e com as dobragens marcadas para fazer o avião. Mas havia algo de inexplicável nas folhas, não eram brancas, eram mais amareladas, mais sujas, como se tivessem sido arrancadas de um caderno. Porém, na última folha, estava escrito, já com muitas das letras deformadas algo assim;

Os relâmpagos revoltavam-se contra a Humanidade, destruindo a Terra. 
Explodiam no coração dos habitantes, afastavam terras, zangavam mares, possuíam ventos e entristeciam almas. Ainda diziam que o pior estava para vir, deixei-a para trás, tinha-me de refugiar numa cobertura. As lágrimas misturavam-se com a chuva torrencial, cada vez mais. 
A minha mãe morreu. 

Assustada, Rosa amassou o papel. ainda sem ter consciência do que havia lido.
A ultima frase não lhe saía da cabeça por mais que ela se esforçasse para o conseguir, conseguia ouvir o sangue a latejar, o coração a bater rápido e os suspiros de nervos que dava mas não conseguia ter calma com aquela coincidência. Voltou a ligar à mãe mais uma e outra vez.
Rosa não tinha nenhum amigo com que pudesse partilhar tal acontecimento. Todos a iriam julgar pelo excerto ridículo e pela associação das coisas que a pobre menina fazia.
Passada mais uma hora de medo e um tenebroso clima naquela casa, apenas habitada por mãe e filha, Rosa decidiu ir até casa da Dona Hortênsia, uma senhora já de idade que cuidava das crianças de lá da rua quando os pais tinham de sair e que acolhia e alimentava todos os animais desabrigados. Tinha um coração de ouro, por assim dizer.
Bateu à porta, inspirou, expirou e voltou a inspirar.

-Rosa

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Notes to Breath #2

"If opportunity doesn't knock, build a door."
-Milton Berle

Férias Finalmente

Hoje foi o meu ultimo dia de aulas, melhor, foi a Festa de Natal.
Vi colegas que já não via há muito tempo e estive com pessoas novas. Apesar de agora, estar com bastantes dores de barriga, o dia valeu a pena. 
Tenho andado a tentar afastar-me cada vez mais do Hugo para que, de uma vez ele me seja indiferente. 
Eu tenho um problema um tanto grave, em todas as relações que eu tive, eu sofri, quando acabaram. Senti-me mesmo mal, sentia-me insuficiente para qualquer rapaz e desmotivada a tentar continuar a ser feliz. Então de todas as vezes que isso acontecia, eu refugiava-me na procura de outros rapazes, para me sentir amada e para a minha auto estima subir. Com o passar do tempo isto foi-se tornando um hábito horrível e desde aí que, eu não sei lidar bem com despedidas, eu nunca mostro realmente o que sinto para o lado de fora daí muita gente considerar que sou bastante madura para resolver decentemente as coisas, mas por dentro, estou a cair em pedaços. 
Eu sei que não vos contei a verdade sobre o Hugo quando disse que o ia esquecer, estava a mentir. Porque eu não o vou esquecer, eu vou avançando páginas e colocando calhamaços de folhas em branco por cima dele até ele estar tão no fundo, que me é indiferente
O meu remédio é apaixonar-me livremente, deixar os outros problemas para trás e investir em algo tão inovador que me faça feliz. É infantil e uma completa ilusão. E não é o certo...

Vou-vos contar uma história relacionada com tudo o que acabaram de ler, prestem atenção;
Era uma vez uma mulher que se tinha casado e até então tinha um casamento feliz no entanto, nos último tempos costumava ter muitas discussões com o marido até que se decidiram divorciar. 
A partir daí a senhora não conseguia lidar com homens e com o facto de estar sozinha e ter sido rejeitada depois de tantos anos. 
Então ela decidiu marcar um encontro pela internet com um homem que tinha conhecido. 
No dia do encontro eles sentaram-se numa esplanada e o senhor, passados uns vinte minutos disse que aquela relação nunca iria dar sem revelar explicações. 
Pobre da mulher que, aflita, quando chegou a casa ligou logo a um amigo e contou-lhe tudo e a resposta dele foi: 
-Claro que uma gorda como tu nunca iria ter um amor com um homem conhecido pela internet, além disso és feia, inculta, não tratas da tua aparência, és uma merda.

Não acharam o amigo muito rude? 
Também, mas o amigo era o seu subconsciente.

Tudo isto para dizer que, se nós observarmos estes comentários de outro ponto de vista mudámos completamente de opinião. Se fosse um amigo a nos dizer tal coisa, levaríamos a mal, no entanto, se formos nós próprios a nos maltratarmos, nem damos conta.



terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Organizei Ideias

Sexta:
Como se diz , tudo o que é bom se vai e é bem verdade.
Tenho a leve sensação de que o Hugo e a Leonor voltaram.
Este enredo de acontecimentos está-me a deixar demasiado obececada e revoltada e eu tenho de me afastar desses sentimentos perturbadores.
Tenho de deixar de pensar em rapazes, porque, ultimamente tem sido a prioridade de conversa entre mim e a Isabel e, se não falamos do Hugo falamos do seu amigo Pedro e por alguma razão, falar do Pedro faz-me pensar no Hugo. A minha cabeça está um redemoinho de pensamentos que não param de me assombrar; tal são as memórias perseguidoras que até a minha composição de português teve a haver com o Hugo.
Chamem-me infantil. Eu sei bem que o estou a ser.

Hoje:
Se querem bem saber. Eu sinto a falta do Hugo, eu gosto dele.
Mas a partir do momento em que um rapaz está a colocar a minha felicidade abaixo do nível normal eu começo a tomar precauções.
Eu posso ser mais infantil que o normal quando estou apaixonada mas também consigo ser racional.
Acho que vou dar tempo ao tempo, tempo para mim e tempo para o destino pensar no que vai fazer comigo.
Sim. É isto que vai acontecer.
Torçam para que não aconteça nada que me faça mudar de ideias porque, depois de muito esforço, elas já estão bem assimiladas.
Boa noite,

sábado, 12 de dezembro de 2015

Cada um tem o que Merece

Descobri ontem que o Hugo e a Leonor acabaram de vez, ao que parece. Como quase sempre, o sentimento feminino perdura por mais tempo.
A amiga da Leonor, a Maria, disse que o Hugo era má pessoa. Perguntei-me a mim mesma se seria verdade e se só eu não conseguisse ver o óbvio (como se estivesse sob algum efeito de droga) que ela afirmava com persistência. Não interessa. Prefiro descobrir por mim mesma.

Ontem estive no centro da minha cidade com uns amigos até tarde e só num espaço de duas horas, vimos 5 pessoas a pedir-nos esmola. Pobres coitados, ao frio, até tarde, sem uma cama para dormirem, estão por conta própria. Muitos dos meus colegas diziam que aquele dinheiro era todo para droga ou tabaco e que, muitas vezes eles nem eram assim tão pobres e, se fossem, que gastassem o dinheiro em prioridades. Achei um pouco insensível da parte deles.
Eu não faço ideia no que eles gastam o dinheiro, talvez seja muito inocente para acreditar nesse tipo de vida, talvez seja um pouco de infantilidade da minha parte, talvez haja uma parte em mim que pensa que o mundo é perfeito e que gira em torno de amigos, namorados, escola e outras coisas banais. A vida é dura.
E como se diz 'Cada um tem o que merece', se não mereceste nesta vida, mereceste-o noutra.
Talvez noutra vida eu tenha sido uma drogada, alcoólica, débil mental. Talvez tenha sido internada num manicómio, talvez tenha sido uma assassina, uma orfã, uma inválida na sociedade mas, para já sou apenas uma adolescente um tanto rebelde e um tanto apaixonada.


quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Um dia Razoável

Já faz um tempo desde que eu e o Hugo falamos.
Um bom tempo. 
Sempre que passo por ele, na escola, tendo a ficar na esperança de um olá ou qualquer cumprimento do género, infelizmente há uns dias para cá ele não tem dito nada. 
Afinal de contas, o primeiro período está a acabar e ainda não aconteceu nada de relevante. Gostava de saber quando é que a minha vida vai seguir um rumo diferente, mais arriscado, mais desejado e algo mais, por um lado excitante por outro, equilibrado.
Passo a explicar, ou eu tenho um dia incrível ou eu tenho um dia terrível mas pela primeira vez, hoje, tive um dia normal, não foi bom nem mau. Diria razoável, talvez.
Não é normal abrir o nosso chat de conversas sempre que ligo o computador. Não é normal, eu sei.
Não aparece o vista às, no entanto falta lá uma resposta.
Eu sei que devo seguir a minha vida, virar a página e não pensar nisso, mas é inevitável uma vez que eu o vejo todos os dias e penso como seria se a minha vida tivesse, eventualmente, um rumo diferente. Tudo o que eu queria neste momento, era mesmo uma mensagem. Seria a prenda de Natal perfeita. Talvez não só uma mensagem...
Acho que vou meditar sobre tudo o que tem acontecido nestes últimos dias.
Está complicado para a poeira pousar e eu conseguir ver através desta neblina toda.
Até amanhã,

Notes to Breath #1

''Se chegas às quatro, desde as três sou mais feliz.''
-Principezinho 

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Avião de Papel - 2

Os relâmpagos revoltavam-se contra a Humanidade, destruindo a Terra. 
Explodiam no coração dos habitantes, afastavam terras, zangavam mares, possuíam ventos e entristeciam almas. Ainda diziam que o pior estava para vir, deixei-a para trás, tinha-me de refugiar numa cobertura. As lágrimas misturavam-se com a chuva torrencial, cada vez mais. 
A minha mãe morreu. 

Li e depois do pedido do professor Leonel, voltei a ler, após ele me ter interrogado o que eu estava a escrever naquele caderno castanho, velho e lamacento, em vez de estar atenta à aula: 
-Júlia, posso ver o que estás a escrever? 
-Desculpe professor. - Disse rapidamente, constrangida, na tentativa de colocar o caderno na pasta.
-Vem cá ler o que escrevias. 
-Eu estou arrependida, já disse, desculpe, não vai voltar a acontecer. - Gaguejava.
-Eu não te pedi, eu ordenei. 
 Levantei-me e dirigi-me para o centro da sala de aula e com a voz fragilizada obedeci ao professor.
Depois do silêncio e da vergonha ouviram-se risos e cochichos, viram-se olhares aterrorizados e muitos outros inexpressivos. 
Voltei-me a sentar.
Depois do toque, preparada para sair da sala, Leonel tocou-me ao de leve.

-Tem um minuto, menina Júlia? - Acenei que sim com a cabeça e sentei-me novamente em frente ao homem alto, magro, com os cabelos penteados e que puxava de cinco em cinco minutos os óculos, que lhe escorregavam pelo nariz, para cima. - Foi a menina que escreveu aquele texto? - Acenei com a cabeça novamente, afirmando a interrogação de Leonel. - Está tudo bem em sua casa? A sua mãe está bem? - Voltei a acenar, daquela vez, eu queria falar. Queria mesmo mas as palavras simplesmente não me ocorriam. - Pode sair. Até à próxima aula. 
-Adeus professor. - Gaguejei eu.
Ainda não tinha conseguido processar o facto de ter lido um texto tão pessoal e intimo para a turma inteira. Vagueava pelo recreio a pensar sobre o assunto e, sobre o grande relvado, por de trás da escola, sentei-e e retirei o meu caderno, castanho e lamacento. Rasguei a folha onde havia escrito aquele excerto assustador e fiz dele, um avião de papel.
-Júlia, 
Abril, 1943

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

O vento levou esta Semana

Amanhã é feriado. Graças a Deus.
Não o vou aproveitar como deve ser, vou aproveitá-lo para estudar. Vou ter teste, quarta, quinta e sexta, já para não mencionar que o teste de matemática que realizei hoje correu pessimamente.
Esta semana (refiro-me do dia 30 a 6) passou a voar. Mas não um daqueles voos suaves e pacificadores, aqueles voos mesmo tenebrosos e exaustivos. Aconteceu tanta coisa...
Chateei-me com a minha melhor amiga, desta vez, mesmo a sério... Houveram mais de mil motivos para a discussão, ambas tínhamos razão e perdemos-la da forma como agimos. Apesar de ela ser muito infantil e incapaz de resolver as coisas como a adolescente que é, é do seu feitio e eu; bem, eu sou a teimosia em pessoa. 
Todos os dias a Isabel espera-me no portão da escola e naquele dia, não esperou. Senti falta. 
Durante os intervalos tive de andar com as outras raparigas da minha turma, das quais, na maior parte, não me identifico. Vi a Isabel a chorar, nessa manhã. Tentei ser superior, contrariada pela vontade de ir ter com ela e lhe dar um daqueles abraços que só nós sabemos mas quando cheguei a casa, por volta da uma, não resisti em vir para o meu quarto e me virar contra uma almofada. 
Na última aula desse dia, pedi-lhe que se sentasse à minha beira para conversarmos. 
Conversámos como se não tivéssemos passado a manhã separadas por zangas insignificantes até que achei melhor falar da discussão para que, de uma próxima vez, o pudéssemos evitar. 
É verdade, aquela manhã, passou tão devagar. 
Soube também que, o Hugo e a Leonor não estão muito bem. Fiquei feliz. Chamem-me maléfica, estúpida e egocêntrica, a verdade é que todos ficaríamos com aquele sentimento mortinho por se manifestar, de alegria. Estou só a ser sincera. 
Eu já fui amiga de muitas raparigas cujo tinham um rapaz de quem eu gostava a gostar delas, sempre as ajudei e me preocupei mais com elas do que, por vezes, comigo. É um bocadinho cansativo viver sempre na mesma rotina.
Sei muito bem que eles vão resolver as coisas e vão voltar então, até lá, deixem-me ser um bocadinho feliz.  


quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Isabel, frágil Isabel,

Eu e a Isabel estávamos sentadas no banco, castanho e já velho, da escola. 
Senti um toque no meu ombro e voltei-me 
-Olá Eva! - Disse o Hugo, de bom humor, como se não tivesse ignorado a minha ultima mensagem. 
-Olá! - Sou lá pessoa de ignorar alguém, mas teve de ser. Levantei-me, peguei na mochila e mudei de direção. Sei que se continuássemos o diálogo ele iria perceber que havia algo de estranho comigo e sei que se tivesse partido antes do 'olá' ele iria pensar o mesmo. O melhor foi o que eu fiz, estou certa disso. 
Até a Isabel, que nunca ninguém lhe conheceu um namorado, está em melhor estado que eu... Bem, talvez não, de todo. Ela anda a falar com um rapaz comprometido lá da escola, eu repito várias vezes para ela se afastar porque ele não quer nada sério com ela, só ela é que não entende. Além disso eles não são nada o género um do outro. O Pedro é aquele tipo de rapaz que apenas quer curtir e partir corações, uns atrás dos outros. A Isabel é o tipo de rapariga, estudiosa, carinhosa e tímida, não me parece que ela vá curtir ou muito menos namorar com o Pedro. Eu não estou a subestimar o amor, estou a ser racional.
Além disso o Pedro tem namorada, estão sempre agarrados no corredor enquanto a Isabel sente exatamente o que eu sinto, rejeição.
O pior é que a Isabel, talvez por ser inexperiente com rapazes, não consegue ignorar uma mensagem do Pedro, não consegue ser difícil nem lidar com um simples 'olá' dele. Ela é uma presa frágil nas mãos de um leão.
Tenho pena dela, sinceramente. Mas eu não lhe posso dizer isto, ela ficaria magoada, não tanto como fica quando vê o Pedro e a Luísa no corredor aos beijos. Mas ficaria. Tem de haver outra solução, para o bem dela.

Banco Tumblr

Futilidades Natalícias:

Vou deixar que a minha futilidade natalícia se apodere deste post.
Existe apenas uma diferença entre a Criança no espírito natalício e a Adolescente.
A criança nunca está verdadeiramente à espera do presente encontrado, debaixo do embrulho. Feliz ela quando percebe, pelo tamanho da caixa, que é um Nenuco, uma Barbie ou um carrinho telecomandado.
Uma adolescente não costuma ter uma prenda embrulhada no Natal porque se antecipa sempre: 'Mãe dá-me o iphone 6, fica a prenda de Natal!' ou para quem quiser uma coisa mais cara 'Mãe, dá-me o iphone 6 Plus, fica a prenda de anos e de Natal!'.
A verdade é que eu não tenho a wish de Natal muito cheia, ainda bem.
Não tenho o desejo de ter um iphone novo, um computador novo ou algum presente extravagante.
Este Natal eu contento-me com roupa. Eu não gosto de receber roupa, eu gosto de escolher roupa e comprá-la por mim mesma e depois mesmo não tendo embrulho nenhum surpresa no Natal eu fico feliz; apesar da minha mãe embrulhar sempre qualquer coisita para mim. 

Os meus focos fúteis de Natal: 
Roupa Forever 21, Wish de Natal
Roupa Forever 21, Wish de Natal
Marca de todos os artigos: Forever 21

Claro que estes aspetos de que vos falei mudam de pessoa para pessoa, de criança para criança e de adolescente para adolescente. O que quis concluir foi que, estou numa fase da minha vida, onde me contento muito bem com roupa, por isso, Pai Natal, fica atento... 

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Eu quero

Tenho aquela vontade incondicional de me aproximar, de sentir as tuas mãos nos meus cabelos e de não querer resistir, de me querer rir do teu sorriso.
Eu queria. O destino não quis.
Vou ter de viver com isso, vou ter de vê-la com aquela vontade incondicional de se aproximar, de sentir as tuas mãos nos seus cabelos e de não querer resistir, de vê-la querer rir do teu sorriso.
Ela quis. O destino também.
Vou ter de viver com isso, vou ter de ver-te com aquela vontade incondicional de a quereres próxima, de colocar as tuas mãos nos seus cabelos e de a veres a não resistir, de a veres a rir do teu sorriso.
Tu quiseste. O destino também.
Estou a mais nesta história. Eu, e as outras raparigas mas eu?
Eu, quis e vou continuar a querer, sempre.
Rejeição tumblr

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Avancei um Degrau

Olhei, olhei, voltei a olhar. Hoje não é dia 13 mas então qual foi a explicação mais credível para o dia me ter corrido mesmo mal?
Eu sou muito supersticiosa, sou aquela rapariga que bate na madeira três vezes quando pensa em algo mesmo mau, que   desenha uma cruz com os pés sempre que anda no sentido inverso e que acredita que nos dias '13' algo de horrível acontece no mundo. 
E claro que todos os dias acontecem catástrofes pelo mundo, crianças mortas, jovens suicidas, mulheres vítimas de violência doméstica, homicídios, assaltos, bullying, abuso sexual. 
O lado do mundo mais obscuro; mas nos dias '13' acontece algo de mal mas não suficiente mau para se juntar ao lado obscuro. 
É tal como um julgamento, o lado bom e do perdão, o lado horrível e da culpa e depois existe aquele intermédio que são as más ações que ocorrem apenas para dar uma pequena lição de vida ao inexperiente. 
Hoje eu deixei o meu pequeno (grande) orgulho se apoderar dos meus pontos mais fracos, a minha mente e o meu coração. Claro que com um mau ato vêm sempre más consequências; hoje eu descobri que o Hugo tem namorada. 
Hugo esse que é, provavelmente, o ícone daqueles rapazes morenos, bem apresentados e com um sorriso simpático. 
Estavam os dois nas escadas a impedir a passagem para o piso de cima; quando tocou para fora da aula, eu desci as escadas e o meu orgulho disse: 'não pises esse degrau, está amaldiçoado.' 
Tal fui eu a egocêntrica de seguir os conselhos do galã que habita algures na minha cabeça que quando dei por mim já estava aterrada de rabo no chão a processar que as pessoas que passavam, olhavam, riam e continuavam a andar. 
Embaraçada, fui para o pavilhão de ginástica. Talvez conseguisse, na corrida de aquecimento livrar-me de parte do meu orgulho porque, e completamente impossível, livrar-me dele todo, por muito que eu quisesse. Novamente a campainha tocou e eu e Isabel saímos do pavilhão. Não demorei muito tempo a perceber que não tinha o meu telemóvel, voltei para dentro, vermelha, aflita, já a misturar as coisas que estavam a acontecer, já ouvia os risos das pessoas quando cai, via o sorriso dele quando me viu a chorar, a mão dele a percorrer a face. Não a minha, a dela. 
No balneário perguntei se alguém tinha visto um iphone preto, e uma rapariga avistou imediatente, um, no chão, debaixo do banco. Deve ter caído. 
Que lição é que aprendi? 
Nunca mais avançar um degrau, talvez esse te possa fazer falta para conseguires subir outro.

Escadas Tumblr





sábado, 28 de novembro de 2015

Avião de Papel

Um avião de papel, que passara por toda a sala, aterrara mesmo ali, em cima da carteira de Rosa, enquanto ela tirava notas, atenta ao professor, que gesticulava cada palavra que dizia e que entoavam naquela divisão. 
Olhou em volta para tentar perceber quem havia atirado o avião, mas nenhum olhar se debruçava sobre ela. Não havia acusação possível. 
Após as aulas Rosa, pegou na sua pasta e colocou-a ao ombro, enquanto que, numa mão segurava os resumos de História que tinha feito. 
Rosa era uma rapariga sozinha, não era completamente anti sociável mas também não tinha muitos amigos, não era completamente feia mas não era uma rapariga que chamava à atenção dos galãs, ela não tinha namorado, nunca teve, mas era feliz. 
Sentou-se num baloiço enferrujado que havia no parque perto de sua casa e tirou um livro da sua pasta para ler, na página onde tinha acabado a sua leitura, pela ultima vez, encontrou uma avião de papel, mais pequeno mas idêntico ao que tinha visto poisar na sua carteira, nas aulas. Inexpressiva, pegou no pequeno avião e meteu-o no bolso da saia beije que ela tanto gostava.
Subiu toda a escadaria de pedra até chegar a casa e tocou à campainha, uma, outra e outra vez... Ninguém abria, então Rosa decidiu procurar no vaso, de pequenas rosas, onde a mãe costumava deixar a chave, escondida, quando tinha de sair mais cedo por algum imprevisto. Mas lá só se encontrava um avião de papel ainda mais pequeno do que o anterior. Rosa pegou nele e avaliou-o, de todas as formas possíveis, encostou-o ao peito e olhou em sua volta, novamente; restavam apenas duas crianças que jogavam futebol em frente a sua casa. Lembrou-se do avião que ainda tinha na pasta e do que tinha no bolso e decidiu juntar os três, na esperança de que algo, que nem ela mesma sabia, acontecesse. 
Pousou-os no chão, ordenando as ordens de aparecimento, mas nada, apenas aquela leve brisa de primavera lhe percorrera o corpo, arrepiando-a. 
Voltou a levantar o vaso, desconfiando de si mesma, de que os seus olhos não tinham mesmo visto nada, ou melhor, que tivessem observado apenas um pedaço de papel em formato de avião triangular. 
E lá estava ela, a chave dourada, já velha, debaixo do vaso. 
Colocou a chave, destrancou a porta e rodou a maçaneta. Um silêncio assustador pairava naquela sala, acendeu a luz e descalçou-se, vagueando pela casa foi gritando 'Mãe' na esperança que ela estivesse a dormir. 
O silêncio permaneceu... 
-Rosa
[definitely not the end]

Sou a Eva

Fico a pretender um recomeço todos os dias da minha vida, sabendo que tal será impossível.
Levanto-me, ainda meia sonâmbula, pego num casaco, quando me apercebo do gelo que habita aqui em casa e luto contra a vontade de passar o meu Domingo na cama, a dormir sobre a almofada molhada das lágrimas, de ontem à noite. Sou uma rejeitada, penso. 
Dirijo-me para a casa de banho e simpatizo com o meu reflexo no espelho,

-Bom dia, chamo-me Eva.